quarta-feira, 9 de julho de 2014

Katú, o goleiro que renasceu das cinzas!

Esta é a história de Katú.

Negro, morador de favela, Katú brilhou no Rio Branco.

Katú não tinha uma alta estatura, era baixo, porém sua força - pois era bem forte - fazia dele, debaixo dos três paus, um gigante.

Lembro-me que na década de 80, Katú já estava se aposentando do gramado.

O clube que ele defendia era o Esportivo Rio Branco, antigamente situado na Rua 7, hoje fixado em Guarus.

Katú era do estilo corajoso, se jogava em todas as bolas.

Foi considerado um dos melhores goleiros de Campos em todos os tempos.

Como na maioria das vezes, Katú não conseguiu ir muito além, pois a bebida, sua companheira, frustrou seu sonho.

Após se despedir do gramado, Katú fez da bebida seu refúgio.

Era comum ver Katú embriagado pelas ruas do bairro da  Lapa.

Certo dia, Katú bebera muito. O comerciante, senhor Ronaldo, à época era proprietário de um bar na rua Miguel Herédia, já estava irritado com Katú.

O mesmo pediu para que  o ex-atleta e ex-ídolo do róseo negro se retirasse de seu estabelecimento.

Vendo que o  mesmo não atendia a seu apelo, o comerciante, de forma criminosa, despejou álcool no coro de Katú. A cena era horrível.

Socorrido por populares, Katú ficou entre a vida e a morte no Hospital Ferreira Machado.

Não sei quanto tempo ele permaneceu internado. Aquele negro de sorriso espontâneo, que tinha tudo para brilhar no futebol, deu lugar a um homem desconfigurado e marcado por uma brutalidade.

Tempos depois, como forma de apagar seu erro, esse mesmo comerciante, Sr. Ronaldo, fechou o bar e abriu uma quitandinha, chamando Katú para ser seu funcionário.

Depois desse episódio, Katú nunca mais bebeu. Morreu de morte natural, sozinho.

Hoje, o comerciante se encontra em cadeira de rodas.

Katú não só levou consigo um belo futebol, como também a vontade de viver.

(Colaboração de Antonio Marcos Cabral Firmino)

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